Parque Augusta - Consolação (Baixo Augusta)
22/10/2022
Parque Augusta
Bem vindos a mais um Especial Descubra Sampa... Desta feita trazemos o mais novo parque Paulistano, o Parque Augusta, inaugurado no final de 2021.
Parque Augusta (vista da entrada portão 3) |
Vista ampla do Parque Augusta desde a entrada do portão 3 na Rua Augusta, Consolação.
O Parque Augusta - descritivo
Inaugurado em Novembro de 2021 em uma área de pouco mais de 24 mil m² entre as ruas Augusta, Caio Prado e Marquês de Paranaguá, o Parque Augusta é o mais recente parque público Paulistano e bastante concorrido, inclusive nos dias de semana onde a área gramada central vira uma verdadeira "praia" com os locais aproveitando os dias de Sol para colocar o "bronze em dia". O "Augusta" após concluído ficou com o restaurado pórtico Tombado em 2004 pelo Conpresp na entrada pela Rua Caio Prado (Portão 1), um bosque com 920 árvores, um "cachorródromo", uma área com equipamentos de ginástica, um redário, um parquinho infantil, uma arquibancada para acomodar o público durante eventos, uma trilha de caminhada original do local e um espaço expositivo, em uma pequena edificação Tombada pelo Conpresp (2004) que havia no local e que foi restaurada para o fim, batizada de "Casa das Araras" (a antiga "casa do bosque"), sem esquecer, claro, da "praia", o gramado central.
Pórtico do Parque Augusta |
Realização: Uma conquista popular
A realização do parque pode ser considerada uma vitória dos moradores do entorno da área onde o parque foi construído, onde os mesmos se reuniram em forma de algumas novas associações de moradores, com algumas existentes anteriormente, para "brigar" com a Prefeitura, o Conpresp e duas construtoras, as antigas proprietárias do terreno, que pretendiam ali erguer edifícios residenciais de 30 a 40 andares, saturando demograficamente ainda mais a região e fechando a área verde preexistente no terreno para a população. Contamos a história resumida da "saga" abaixo, a qual levou 50 anos desde a desocupação funcional do terreno.
Parque Augusta (vista da entrada portão 1) |
Vista ampla do Parque Augusta desde a entrada pelo Portão 1 na Rua Caio Prado (Pórtico Tombado)
Breve história do terreno do Parque Augusta
A história resumida do local começa em 1902 com a construção do antigo Palacete Uchoa (Vila Uchoa) em estilo Art Nouveaux no terreno (residência da família de Fábio Uchoa), vendido às Cônegas de Santo Augostinho em 1906, as quais instalaram na edificação a partir de 1907 o também antigo Colégio Des Oiseaux (particular e exclusivamente feminino), voltado para a elite Paulistana, tendo sido feitas algumas adições de pequenas edificações com o tempo. O colégio permaneceu aberto no local até 1969 quando do encerramento de suas atividades, ficando o palacete e as pequenas edificações do entorno desocupadas e ociosas, até 1974 quando o palacete foi demolido. Por um período o terreno serviu como área de estacionamento, até ser vendido para a construtora Teijin em 1977, a qual pretendia construir no local um complexo hoteleiro, porém a ideia ficou somente no projeto, após a desistência da empresa em tocar adiante o mesmo. O terreno chegou a sediar alguns shows e eventos musicais populares neste período e a Prefeitura em 1970 declarou que a área verde envoltória do antigo colégio passaria a ser de utilidade pública (DUP) e em 1973, com o Decreto Municipal número 10.766 garantiu a proteção do bosque e seu uso público, além do Decreto Estadual número 30.443 de 1989 declarando a área como Patrimônio Ambiental. Duas vitórias populares aconteceram logo na sequência em razão das pressões que as associações de moradores fizeram: Em 2002, a implantação do Parque Augusta é incluída no Plano Diretor da cidade e o Conpresp decretou o Tombamento em 2004 dos exemplares arbóreos da área (bosque) e as construções que ainda restavam em pé, o anexo do antigo Colégio Des Oiseaux (casa do bosque) e o pórtico da Rua Caio Prado. Mesmo com os Decretos o terreno foi comprado por um ex-banqueiro em 2006, o qual pretendia construir um hipermercado no local, porém mais protestos ocorreram e o projeto também não saiu do papel. Passado mais um tempo e o terreno foi comprado em 2013 pelas construtoras Cyrela e Setin, que planejavam construir torres residenciais na área e por incrível que pareça o Conpresp autorizou (!), mesmo sendo em área envoltória de Bens Tombados. Neste ponto as pressões populares das entidades envolvidas se recrudesceram, com protestos generalizados e até ocupações do terreno e seu entorno ocorreram, o que fez com que o Conpresp voltasse atrás em sua "decisão" e a Prefeitura entrasse em negociação com as construtoras para tomar posse do terreno a finalmente implantar o parque. Após longa negociação e mais pressão popular o terreno foi "doado" à Prefeitura de São Paulo em 2019 em troca de créditos construtivos (títulos de potencial construtivo) para as construtoras realizarem novos projetos em outros bairros Paulistanos, cujo valor envolvido gerou protesto também, devido a disparidade dos créditos liberados pela "bondosa" Prefeitura, considerados altos demais pelo setor imobiliário concorrente. Entraram no "acordo" também os custos de implantação do parque, os quais foram assumidos pelas construtoras e a obra de implantação do parque finalmente foi iniciada. Obra em andamento e mais dois entraves acontecem em 2020, primeiro o IPHAN pede o embargo da obra por suspeita de haver no terreno vestígios arqueológicos de populações indígenas ou do período pré-colonial, o que não se concretizou e segundo a decretação do estado de "pandemia" pelo governo do estado e da prefeitura, paralisando a obra por mais alguns meses, até ser retomada em 2021 e concluída, acabando com a "novela" que se arrastou por décadas com a entrega do Parque Augusta para a população em Novembro do mesmo ano.
Gramado central do Parque Augusta |
Trilha interna do Parque Augusta |
Vista ampla de parte da trilha do Parque Augusta em meio ao bosque Tombado do mesmo.
Localização: Rua Augusta, 200 - Consolação (Baixo Augusta)
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