Palacete Dona Veridiana - Iate Clube de Santos SP
02/07/2022
Palacete Dona Veridiana - Iate Clube de Santos SP
Palacete Veridiana da Silva Prado |
Vista ampla do Palacete Dona Veridiana - Iate Clube de Santos SP (Sede SP atual)
Neste Especial Descubra Sampa iremos mostrar um pouco da arquitetura do Palacete Dona Veridiana em Higienópolis, atual propriedade do Iate Clube de Santos, o qual abriga a Sede Social do Clube em São Paulo e o complexo de eventos Espaço Iate.
Falaremos também sobre a história da folclórica figura Paulistana que dá nome ao Palacete, Veridiana Valéria da Silva Prado, a Dona Veridiana, como era conhecida, sobre as mudanças arquitetônicas feitas no palacete ao longo dos anos e imagens e informações da arquitetura do lindo palacete com estilização européia, peça central desta matéria e mote do nosso Projeto, Cultura e Informação.
Palacete Veridiana da Silva Prado (fachada da entrada social) |
Vista ampla da fachada da entrada social do Palacete Dona Veridiana - Iate Clube de Santos SP
Breve História de Dona Veridiana
A Paulistana Dona Veridiana, nascida Veridiana Valéria da Silva Prado em 11 de Fevereiro de 1825, era filha de Antônio da Silva Prado, o Barão de Iguape, empresário e fazendeiro e de Maria Cândida de Moura Vaz. Antônio da Silva Prado formou a base da "dinastia" da família de Veridiana, onde fizeram fortuna como fazendeiros (café e açúcar), também negociando entre outras coisas gado, mulas e escravos, investindo em bancos, na política e cultura em geral. A Família Prado também mantinha estreitos laços com a Monarquia, Antônio era amigo pessoal de D. Pedro I e Veridiana de D. Pedro II, da Princesa Isabel e muitos membros da Corte. Antônio Prado chegou a hospedar Pedro I no antigo casarão em que viviam nas cercanias da atual Praça do Patriarca antes do nascimento de Veridiana no mesmo casarão e ela chegou a receber a visita de Pedrro II e da Princesa Isabel no Palacete desta matéria. Muito estudiosa, Veridiana falava inglês, francês, italiano e um pouco de alemão e interessada pelos negócios da família, por imposição do pai, com o intuito de proteger o patrimônio da família, aos treze anos de idade casou-se em 1838 com seu tio, Martinho da Silva Prado, com quem teve oito filhos (duas filhas faleceram precocemente). No casamento adquiriu em sociedade com o marido a Fazenda Campo Alto em Mogi Mirim, a qual se tornou uma fazenda-modelo na produção de açúcar e muito rentável, propriedade em que morou por muitos anos. Dona de um espírito empreendedor e independente, após o falecimento de seu pai em 1875, o casamento com seu tio que sempre foi conturbado, por conta de um conflito ocorrido com o casamento de uma de suas filhas, Ana Blandina, onde Veridiana deu seu consentimento contrariando a vontade de Martinho, o mesmo chegou ao fim, culminando com a separação do casal em 1878, que na prática foi uma separação de corpos, pois não haviam Leis de divórcio na época. Curiosidades: a prática de casamentos entre membros da mesma família era típica das famílias imigrantes de origem árabe, o que não era o caso dos Prado; Divórcios eram vistos como escândalos sociais na época da separação de Veridiana e mulheres separadas eram muito mal vistas e mal faladas conforme o costume social do final do Século XIX. A partir da separação Veridiana passou a residir em 1878 em uma chácara nas cercanias da Igreja da Consolação, continuando a tocar os negócios da família e a crescer o patrimônio do pai. Em 1882 vai visitar sua filha Ana Blandina, que morava em Paris, e de lá volta encantada com os intelectuais europeus que manteve contato por lá em salões culturais que visitou e com as belas e suntuosas construções residenciais da capital francesa, de onde surge a ideia de construir uma nova residência nos moldes das que havia conhecido em sua viagem e nela replicar uma espécie de salão cultural no Brasil. Na chácara que Veridiana comprara em 1879 na região limítrofe entre os atuais Bairros de Santa Cecília e Higienópolis, ela decide construir uma residência de luxo para ser sua nova morada, o que se convencionou a ser chamado atualmente de Palacete Dona Veridiana. As plantas do casarão e a maior parte dos materiais empregados na construção do mesmo Veridiana trouxe da Europa, não havendo nenhum registro das plantas nos arquivos históricos de São Paulo atualmente. O palacete e o imponente jardim que circundava o mesmo, o primeiro palacete paulista de inspiração Eclética Francesa, foi construído em 1884 pelo engenheiro Liberal Pinto, sendo que o paisagismo do vasto jardim ficou a cargo do autor da reforma do Passeio Púbico no Rio de Janeiro e da Quinta da Boa Vista (RJ), o paisagista francês Auguste François Marie Glaziou e o espaço contava com um lago artificial e muitas árvores que circundavam e "fechavam" a propriedade. Após a inauguração do palacete, Veridiana tinha por hábito abrir o acesso do jardim as crianças do bairro nos finais de semana e fazer passeios de coche pelas ruas próximas a chácara, a qual foi batizada como Vila Maria, em homenagem a sua dama de companhia Maria das Dores, que além de pianista só falava em francês com Veridiana.
No esplendoroso palacete que construiu e inspirada nos salões culturais que frequentou na Europa, Veridiana começou a promover reuniões periódicas e nelas receber muitas figuras de vulto da elite intelectual, cultural e política, virando uma precursora em solo Paulista de um autêntico Salão Cultural brasileiro. Além das reuniões culturais ela também promovia muitos saraus, hábito na época, os quais também serviam como ponto de encontro de personalidades da elite brasileira no passado, além de fazer muitas viagens a Paris nas últimas décadas de sua vida. Seus filhos e descendentes seguiram a trajetória da mãe e muitos se tornaram proeminentes figuras da história política, da industria e do comércio de São Paulo. Dona Veridiana faleceu aos 85 anos em seu palacete em Junho de 1910, deixando uma rica história e legados para instituições de caridade em seu testamento, todos gravados para sempre nos anais Paulistanos e brasileiro.
Resumindo, fazendo uso de um lugar comum, pode-se dizer que Veridiana era uma mulher a frente de seu tempo, visionária, empreendedora, culta, independente e que não se curvava aos "castrantes" costumes sociais de sua época e foi sem dúvida uma das mulheres mais representativas do Brasil entre o final da Monarquia e o início da República Velha.
Palacete Veridiana da Silva Prado (lago e Palacete) |
Vista ampla de parte do lago e do Palacete Dona Veridiana - Iate Clube de Santos SP
A arquitetura do Palacete Dona Veridiana
Originalmente, quando inaugurada em 1884, a chácara Vila Maria apresentava em sua porção externa global o palacete, a casa do porteiro, uma edícula com quartos de empregados, cocheiras para abrigo dos coches e animais, estufas, jardins, parque, pomar, jardim com gazebo, mina d’água e um lago e pequeno riacho artificiais, sendo que a gleba da chácara ocupava um espaço muito maior do que se vê atualmente, com partes da mesma tendo sido desapropriadas ao longo dos anos, com novas vias construídas no entorno. Como o foco desta matéria é o palacete em si, trataremos mais especificamente do mesmo a partir deste ponto.
O casarão de Dona Veridiana, projeto original em estilo Eclético Francês trazido da Europa com predominância do estilo Renascentista Francês, fugia na época de sua construção de todos os modelos de habitações residenciais Paulistanas, passando a ser uma referência para as novas mansões construídas pela elite Paulistana e cafeeira a partir da sua inauguração.
Em sua concepção original o Palacete Veridiana tinha quatro pavimentos distintos:
- O porão ou subsolo que abrigava a cozinha, adega, depósito, uma pequena copa para os empregados, vestiário e sanitário masculino;
- O térreo que abrigava o pórtico para parada de coches (entrada Sul), Hall de acesso pelo pórtico, galeria, uma saleta (depois biblioteca), Sala de Visitas, Hall da entrada Social, pequeno hall e escadaria contíguos ao hall Social, Sala de Jantar, copa, lavabo e terraço coberto com jardim interno;
- O primeiro pavimento com um hall a frente da escadaria, terraço descoberto, Rouparia e sala contígua, copa superior, sala de banho e toalete com hall, galeria, três dormitórios, sala de banho com saleta e uma sala de banho simples;
- O segundo pavimento com uma Rouparia, galeria, sala de banho grande, cinco dormitórios (um dos quartos era de Dona Otília, a governanta do Palacete), cozinha superior, uma sala de banho simples, uma segunda rouparia e saleta de malas.
Como não pavimento tinha a cobertura com o telhado do tipo mansarda com telhas cerâmicas do tipo escama bicolores, com sótão para acesso de manutenção, janelas de madeira veneziana para ventilação e cumeeiras em cobre.
Todos os ambientes foram ricamente decorados e mobiliados com peças trazidas da Europa por escolha e encomenda de Dona Veridiana, que além do mobiliário também eram ornamentados com muitas Obras de Arte, uma delas no palacete até hoje, a Escultura Diana esculpida em mármore branco de autoria de Victor Brecheret, originalmente instalada no jardim e posteriormente, para preservação, transferida para o Hall Social do palacete, onde continua instalado.
A arquitetura do palacete incluía muitos ricos detalhes de ornamentação e de fino acabamento com inspiração européia, inclusive ostentava brasões do Barão de Iguape em alguns frontões das fachadas. Destacavam-se no conjunto os ornamentos e molduras de janelas e portas, dois nichos com esculturas Clássicas na fachada Sul, marquise de ferro decorado e vidro, pisos em mármore branco Carrara com frisos e formas geométricas em alguns pontos em giallo Verona ou rosso Verona, tetos com molduras ornamentadas em gesso, algumas portas de ferro decorado e vidro com bandeira superior fixa em arco pleno, paredes com boiserie em argamassa e/ou molduras de madeira decorada (boiserie é um tipo de moldura decorativa de parede), alguns cômodos com assoalho com marchetaria em 3 cores e janelas com duas folhas em madeira com venezianas e vidro em duas folhas com bandeira fixa também em vidro. Como maior destaque: Na área central do pavimento térreo foi feita uma tela circular no teto com uma pintura de Almeida Júnior (preservada).
Interessante destacar que o uso do porão (subsolo) como área da cozinha e serviços correlatos foi uma inovação nas construções residenciais brasileiras na época, uma novidade trazida e implantada por Veridiana, pioneira até nesse aspecto.
Atualmente todos os ambientes internos do palacete estão descaracterizados e com funções diferentes do projeto original de quando foi construído e era a residência de Dona Veridiana, sendo que alguns cômodos foram construídos após a primeira fase residencial do casarão (Veridiana até 1910); a partir de 1920 quando o neto de Dona Veridiana, Antônio Prado Junior, se mudou para o palacete (segunda fase residencial), o mesmo fez algumas alterações no espaço interno e mudanças radicais na fachada e ambientação, mudando do estilo Eclético Francês original para o estilo Neoclássico Italiano em muitos elementos, principalmente externos, além da adição de um elevador; após 1960, com o novo proprietário, o banqueiro Gastão Vidigal, que fundou no palacete o antigo e elitizado Clube São Paulo inspirado nos clubes congeneres ingleses, o casarão teve suas maiores mudanças com cômodos "novos" construídos, como um bar, uma biblioteca, uma adega, um outro elevador e um grande anexo perpendicular ao palacete com estilo semelhante ao mesmo (Neoclássico) para manter uma integração visual entre ambos. No anexo ficavam o restaurante do clube, uma nova adega, um outro bar, uma barbearia e uma sala de almoço, com todas as mudanças feitas em 1960 com projeto do arquiteto Elisiário da Cunha Bahiana. Em 2008 o palacete passou a ser propriedade do Iate Clube de Santos, o qual instalou no local a Sede Social do Clube em São Paulo e readequou todos os espaços para a nova função, mantendo o pavimento térreo com sua função social, os pavimentos superiores foram adaptados para abrigar salas da administração e de reuniões e o grande anexo com um novo restaurante, reversível para salão de eventos, além de passar a ser denominado como Espaço Iate, dedicado a locação dos espaços internos, jardins e área do gazebo inclusive, para eventos e festas sociais. Entre 2008 e 2012 o palacete, sob projeto e supervisão da Dupré Arquitetura em associação com a MLD RAI Arquitetos - Restaurações arquitetônicas, recebeu algumas melhorias e obras pontuais de restauração, além de adaptações das instalações para o novo uso. Os serviços realizados pelas empresas associadas, capitaneadas pela arquiteta Maria Luiza Dutra e pelo arquiteto Nelson Carlos Dupré consistiram em: Levantamento Métrico Arquitetônico, Relatório fotográfico, Pesquisa Histórica da edificação e entorno, Diagnóstico do estado de conservação, Cronologia construtiva, Mapeamento de Danos, Projetos Básico e Executivo de acessibilidade, conservação e restauração.
Nota: As empresas e arquitetos envolvidos nas reformas e mudanças do Palacete Dona Veridiana a partir de 1920 foram: Escritório Técnico Ramos de Azevedo, Escritório Técnico Severo & Villares e os arquitetos Jacques Pilon, Gregori Warchavchik e Elisiário da Cunha Bahiana, dentre algumas obras realizadas temos os elevadores, novos cômodos, nova escadaria interna, o fechamento da fachada Norte após a construção da Rua General Jardim ao lado do lote original da chácara e a construção da Loggia (espaço de transição coberto para um ambiente externo) onde havia um terraço na face Norte.
Uma ressalva: durante nossa visita ao Palacete em Agosto de 2021 pudemos observar que há a necessidade de novos reparos e restaurações em alguns pontos do mesmo, danos causados por ação do tempo e infiltrações, com desgastes estruturais pontuais.
Abaixo seguem algumas fotos da arquitetura do Palacete Dona Veridiana da forma que se encontra atualmente e com alguns elementos como destaque:
Palacete Veridiana da Silva Prado (fachada frontal) |
Palacete Veridiana da Silva Prado (galeria social) |
Vista ampla da galeria social do Palacete Dona Veridiana - Iate Clube de Santos SP
Palacete Veridiana da Silva Prado (entrada social e escadaria) |
Palacete Veridiana da Silva Prado (Anexo - Espaço Iate) |
Vista ampla do anexo do Palacete Dona Veridiana - Iate Clube de Santos SP (Espaço Iate)
Palacete Veridiana da Silva Prado (Brasão do Barão de Iguape no frontão) |
Palacete Veridiana da Silva Prado (detalhes da fachada superior) |
Vista ampla dos detalhes da fachada superior do Palacete Dona Veridiana - Iate Clube de Santos SP
Palacete Veridiana da Silva Prado (detalhes laterais da fachada Leste) |
Palacete Veridiana da Silva Prado (Escultura A Música) |
Palacete Veridiana da Silva Prado (Escultura A Oratória) |
Palacete Veridiana da Silva Prado (lago) |
Vista ampla do lago artificial do Palacete Veridiana da Silva Prado
Palacete Veridiana da Silva Prado (fonte do lago) |
Close-up da fonte do lago do Palacete Veridiana da Silva Prado (feita com uma antiga floreira com pedestal escultórico adaptada para este fim, a qual era abrigada sob o gazebo no passado)
Palacete Veridiana da Silva Prado (gazebo no jardim) |
Tombamento do Palacete Dona Veridiana
O Palacete Dona Veridiana foi Tombado pelo Condephaat como "Antiga Casa de Dona Veridiana" em Agosto de 2007, incluindo a área da Chácara “Vila Maria”, um marco da origem do bairro de Higienópolis, incluindo as Obras de Arte incorporadas ao imóvel, a pintura mural “Aurora” de autoria de Almeida Junior e a escultura “Diana” em mármore de Victor Brecheret, a massa arbórea e o padrão atual de fechamento do lote.
O Palacete também foi Tombado pelo Conpresp em 2001 com nível de proteção P-1 (fachadas e elementos internos).
Palacete Veridiana da Silva Prado (pátio de entrada e Mastro Náutico) |
O Iate Clube de Santos e o Palacete Dona Veridiana
Com a decadência do Clube São Paulo e a perda cada vez maior de sócios verificada a partir de meados de 1990, onde a partir de 2002 o "fechado e exclusivista" Clube até passou a alugar os salões do Palacete para festas particulares para "fazer caixa", a diretoria do mesmo resolveu se desfazer do histórico imóvel e como novo proprietário em 2008 o palacete passou a ser propriedade do Iate Clube de Santos, o qual instalou no local a Sede Social do Clube em São Paulo e readequou todos os espaços para a nova função, com novas reformas, mantendo o pavimento térreo com sua função social, os pavimentos superiores foram adaptados para abrigar salas da administração e de reuniões e o grande anexo com um novo restaurante, reversível para salão de eventos, além de passar a ser denominado como Espaço Iate, dedicado a locação dos espaços internos, jardins e área do gazebo inclusive, para eventos e festas sociais. Os espaços locáveis incluem os Jardins com pouco mais de cinco mil metros quadrados de área verde, a área do gazebo, a área social do Hall central e o espaço do anexo do palacete. O Iate Clube mantém ativos alguns setores como a Biblioteca com livros do século XIX ao contemporâneo no acervo, o Salão da Lareira como espaço de convivência e o Restaurante, todos para uso dos sócios e seus convidados. Curiosidades: 1) Na entrada da propriedade foi instalado um enorme mastro náutico, símbolo do Iate Clube de Santos (foto acima); 2) A criação e fundação do Iate Clube se deu justamente no Palacete Dona Veridiana por iniciativa de seu fundador, Jorge da Silva Prado, bisneto de Veridiana, em Junho de 1947.
Nota: O Palacete Dona Veridiana não é aberto a visitas do público em geral, sendo que só existem três formas de conhece-lo presencialmente: 1) Ser associado do Iate Clube. 2) Ser convidado para um dos eventos e/ou festas realizados no complexo do Espaço Iate. 3) Aguardar uma oportunidade de visita pública que acontecem esporadicamente durante algumas Jornadas do Patrimônio promovidas pela Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura da Cidade de São Paulo a partir de 2015, desde que o Palacete tenha sido inscrito como participante, o que só ocorreu durante a primeira Jornada em 2015.
Localização: Avenida Higienópolis, 18 - Higienópolis
Muito obrigado pela sua visita ao Site e pelo interesse neste Patrimônio Arquitetônico de São Paulo, objeto de nossa matéria do Especial Descubra Sampa. Lembrando: matérias novas publicadas três vezes por semana. Até breve.
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