MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Neste Especial Descubra Sampa vamos falar sobre o mais importante Museu de Arte Ocidental da América Latina, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (nome oficial) ou como preferem os Paulistanos, o MASP. Nossa última visita ao famoso Museu se deu no início de Junho deste ano, quando colhemos o material fotográfico desta matéria, onde estavam em exposição as seguintes mostras: Degas, Beatriz Milhazes: "Avenida Paulista", Conceição dos Bugres: "Tudo é da natureza do Mundo" e Acervo em Transformação (exposição de longa duração).
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MASP - Museu de Arte de São Paulo |
MASP - História (resumida)
O MASP foi fundado em 1947 pelo advogado, jornalista, político e empresário de comunicação Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello, conhecido como Assis Chateaubriand e popularmente como Chatô em co-autoria com o crítico e marchand italiano Pietro Maria Bardi, o qual foi o responsável técnico e artístico da empreitada, assumindo a direção do MASP em sua fundação e permanecendo no posto por 45 anos. O Projeto nasceu de um ideal de Chatô que era “para formar o interesse de nossa gente pelas artes plásticas”, segundo palavras do mesmo. A esposa de Pietro, a arquiteta Lina Bo Bardi (Achillina Bo), assumiu o Projeto arquitetônico e expográfico da futura Sede do MASP na Avenida Paulista, o qual começou suas atividades ocupando boa parte do Edifício Guilherme Guinle, Sede dos Diários Associados na Rua 7 de Abril, República (Centro Novo), empresa e edifício de propriedade de Chatô. O prédio da 7 de Abril recebeu algumas mudanças em seu interior implementadas por Lina Bo Bardi para receber a primeira Galeria (pinacoteca) do MASP ali instalada em 1947, com a edificação ainda inacabada, tendo sido agregados em poucos meses mais alguns espaços para mostras temporárias, biblioteca, salas para palestras e cursos e alguns eventos culturais ligados ao cinema, teatro e música. Curiosidades: 1) O edifício dos Diários Associados foi projetado pelo arquiteto Jacques Pilon. 2) O Museu permaneceu aberto na 7 de Abril até 1968, quando mudou-se para o icônico edifício da Paulista, um dos "cartões-postais" de Sampa. 3) A maior parte do acervo do MASP foi adquirida na Europa durante o pós-guerra, quando houve uma baixa dos preços de Obras de Arte devido a situação caótica instalada no continente após o término da Segunda Guerra Mundial, todas adquiridas sob a supervisão, expertise e indicação de Pietro e com o capital para a empreita, mais de 5 milhões de dólares na época, levantado por Chatô.
MASP - Arquitetura
O icônico edifício Sede do MASP na Paulista é o tipo de edificação que não deixa dúvida em quem o vê, provocando uma reação emocional direta no espectador, do tipo "amei" ou "detestei", não restando a possibilidade do "mais ou menos". Projetado por Lina Bo Bardi em uma mescla de estilo Modernista com o Brutalista, é notadamente separado em três estágios: o embasamento em dois níveis (pavimentos do subsolo) com um grande teatro-auditório e um generoso espaço expositivo, o belvedere e espaço cívico (vão do MASP) e o edifício Museu com dois pavimentos acima do belvedere, onde ficam as galerias de exposição do acervo permanente, escritórios, salas de guarda do acervo e oficinas para as atividades técnicas. As características mais marcantes do edifício Museu são o "gigantesco bloco suspenso" do corpo e suas fachadas envidraçadas, possibilitando plena visão do seu interior e uma excelente iluminação natural, a qual porém devido a exposição solar em alguns horários é altamente prejudicial para as Obras do acervo, daí a aplicação das venezianas em todo entorno do prédio. O belvedere, impressionante solução arquitetônica com o seu vão aberto com 70 metros de comprimento por 30 de largura sem pilares de sustentação central e oito metros de altura, cumpre seu papel proposto de uma praça cívica, onde os Paulistanos adotaram o mesmo como local preferido para manifestações e comemorações de cunho popular. Curiosidade: Lina apoiou-se em dois projetos seus para arquitetar o MASP, o projeto de 1951 do Museu à Beira do Oceano em São Vicente (não construído) que previa um bloco suspenso com a frente toda envidraçada e o projeto da famosa Casa de Vidro no Morumbi, sua residência, resultando na mistura de concreto e vidro, rusticidade e leveza do bloco "flutuante" e o impacto visual proporcionado pelo Edifício Museu.
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Vista posterior do MASP |
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Vão do MASP (Belvedere) |
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Vão do MASP (vista superior) |
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Escadaria do MASP (vista interna) |
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Escadaria do MASP (vista do belvedere) |
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Pinacoteca e cavaletes de cristal - MASP |
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Pinacoteca e cavaletes de cristal - MASP (vista invertida) |
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Pavimento inferior (subsolo 1 e 2) - MASP |
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Loja do MASP |
MASP - A nova Sede na Paulista
O terreno onde foi edificado o MASP abrigava anteriormente o Belvedere Trianon, até 1951, quando foi demolido e edificado no local o prédio provisório que abrigou o pavilhão da primeira Bienal Internacional de São Paulo. Originalmente o terreno pertencia a Joaquim Eugênio de Lima, que doou o terreno para a Prefeitura com a condição de que qualquer edificação ali construída possibilita-se a vista do vale da Nove de Julho e da região Central da Cidade. Com o crescimento do MASP e de seu acervo, Chatô e Pietro no final dos anos 50 começaram a procurar um local para abrigar a nova Sede do Museu e após uma tentativa fracassada de levar o MASP para a edificação onde fica o atual
MAB-FAAP, Chatô, usando sua influência política e troca de favores (campanha eleitoral nos Diários Associados) com o então Prefeito de São Paulo Ademar de Barros, conseguiu a concessão do terreno do antigo Belvedere (Projetado por Ramos de Azevedo) para ali edificar o atual MASP. O projeto do MASP foi concluído por Lina em 1957 e a obra da nova Sede começou em 1958, tendo algumas interrupções em seu desenvolvimento até sua conclusão e inauguração em Novembro de 1968, a qual contou com a ilustre presença da Rainha Inglesa Elizabeth II.
MASP - Os cavaletes de cristal
A autoria dos cavaletes transparentes do MASP, os cavaletes de cristal, também é de Lina Bo Bardi, onde a arquiteta criou uma nova maneira de expor as Obras do acervo da Museu, tirando os quadros das paredes, forma tradicional de expor Arte, colocando-os nos cavaletes criados por ela, com base em cubos de concreto e vidro temperado envolvendo as Obras. Sua principal intenção foi misturar o público visitante com as Obras expostas na pinacoteca, criando uma maior interação entre as Obras, os artistas criadores e os visitantes. A exposição das Obras nos cavaletes foi desativada após a saída de Pietro da direção do MASP, porém a marcante forma de exposição foi retomada a partir de 2015 quando assumiu uma nova diretoria no Museu, resgantando um dos pilares da criação do MASP: Arte para o Povo ver e interagir.
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Cavaletes de cristal (Exposição Acervo) - MASP |
MASP - Mostras em Junho de 2021
Durante nossa visita estavam em cartaz as Mostras destacadas abaixo:
Exposição Degas - MASP
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Exposição Degas - MASP |
A mostra de Edgar Degas expôs o conjunto completo de 76 obras do artista do acervo do MASP, cuja última exibição ocorreu a mais de 10 anos. Curiosidade: Todas as obras de Degas de propriedade do MASP foram adquiridas nos anos 50, com a supervisão e curadoria de Pietro Maria Bardi.
O principal destaque da mostra, a escultura Bailarina de Catorze Anos (1880), "recebia" os visitantes logo na entrada da exposição, ficando em destaque protegida por vidros. A exposição foi montada em um ambiente "escurecido" para destacar as obras com iluminação direta, mesclando fotos, instaladas em cavaletes de cristal, de autoria da fotógrafa Sofia Borges com esculturas de Degas (com destaque para o belo painel composto com imagens de esculturas de bailarinas do artista) e com estantes de vidro fechadas onde ficavam as esculturas da mostra.
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Painel Degas - Sofia Borges |
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Esculturas Cavalos - Exposição Degas - MASP |
Exposição Beatriz Milhazes "Avenida Paulista" - MASP
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Exposição Beatriz Milhazes - MASP (2º subsolo) |
A mostra de Beatriz Milhazes foi montada na parte do embasamento do MASP ("subsolo"), ocupando parte da galeria superior (1º subsolo) e todo o salão expositivo do pavimento inferior (2º subsolo), mostrando todas as vertentes da Arte já trabalhadas pela artista. Curiosidade: o nome da mostra, "Avenida Paulista", foi dada em alusão a parceria do
Itaú Cultural que expôs gravuras e colagens da artista em seu próprio espaço expositivo e o
MASP que expôs pinturas, desenhos, livros e documentos, esculturas, tapeçaria e a escultura-móbile Gamboa III, destaque da mostra, ambas Instituições localizadas na Avenida Paulista e que coorganizaram o projeto.
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Exposição Beatriz Milhazes - MASP (galeria) |
Exposição Conceição dos Bugres: "Tudo é da natureza do mundo” - MASP
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Exposição Conceição dos Bugres - MASP |
A mostra dedicada à artista plástica Conceição Freitas da Silva (Conceição dos Bugres) ocupando uma parte das galerias do primeiro subsolo, expôs várias peças características da Obra da mesma, as esculturas conhecidas como "bugres", entalhadas em madeira, resinadas com cera e detalhadas com tinta. A exposição contou com peças da artista de origem indígena confeccionadas nos últimos 30 anos de variados tamanhos, desde poucos centímetros a até um pouco mais de um metro de altura, sendo a primeira exposição monográfica num museu dedicada a artista.
Exposição Acervo em transformação - MASP
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Exposição Acervo em transformação - MASP |
A mostra Acervo em transformação montada no segundo andar do Edifício Museu, o "bloco suspenso", sempre com as Obras em exposição montadas nos cavaletes de cristal, criação de Lina Bo Bardi, as quais de tempos em tempos são trocadas por outras Obras do acervo do MASP ou Obras emprestadas de outras Instituições ou de colecionadores para que o público cativo e os novos visitantes tenham acesso a todas as peças do fantástico acervo (e de terceiros), daí vem o nome "em transformação".
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Exposição Acervo em transformação - MASP (2) |
MASP - Acervo e Tombamento
O MASP é considerado o mais importante Museu de Arte Ocidental da América Latina. Com o acervo de mais de 11 mil peças Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), possui peças fabulosas e diversificadas, tais como, pinturas de Rafael, Mantegna, Botticceli (escola italiana), Delacroix, Renoir, Monet, Cèzanne, Picasso, Modigliani, Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Matisse, Chagall (Escola de Paris), Diego Rivera e artistas brasileiros, como Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Almeida Junior. Esculturas de Degas, Rodin, Ernesto di Fiori e Victor Brecheret em destaque. Fazendo parte do acervo também, há gravuras, fotografias, desenhos, arqueologia, tapeçaria e artes decorativas europeias, africanas e Latino Americanas. O edifício do MASP é tombado pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado) desde 1982. Curiosidade: No museu são desenvolvidas e ofertadas diversas atividades culturais ao público, como leitura dramática, música, dança e teatro.
Localização: Avenida Paulista, 1578 - Bela Vista
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